Como investir em dólar: benefícios, riscos e alternativas para brasileiros

Com a crescente interconexão entre os mercados globais e o avanço tecnológico facilitando operações financeiras internacionais, muitos brasileiros têm buscado formas de diversificar seus investimentos em ativos atrelados ao dólar. Mas será que investir nessa moeda faz sentido para todos? E qual é a melhor maneira de começar?
A seguir, você confere um panorama sobre as vantagens, os cuidados e as alternativas disponíveis para quem deseja dolarizar parte do patrimônio, mesmo sem sair do Brasil.
Por que investir em dólar pode ser vantajoso
A primeira razão que leva muitos investidores a considerar o dólar é a sua solidez como moeda forte e referência mundial. Em tempos de instabilidade econômica ou desvalorização do real, manter uma parte do patrimônio atrelada à moeda americana pode servir como proteção contra a perda de poder de compra.
Além disso, diversificar em ativos internacionais amplia o leque de oportunidades. O investidor passa a ter acesso a empresas globais, setores inovadores e economias mais estáveis, o que pode contribuir para melhorar a performance da carteira a longo prazo.
Existe o momento certo para começar?
Segundo especialistas, como Thiago Favery, responsável pela área de investimentos internacionais da XP, o melhor momento para começar a investir no exterior é sempre o presente. A lógica é que o tempo no mercado é mais importante do que tentar acertar o momento ideal de entrada.
Para ilustrar essa visão, Favery cita dados do início da pandemia da COVID-19. Em março de 2020, o dólar era cotado a R$ 5,06 e chegou a atingir R$ 5,73 dois meses depois. No mesmo intervalo, o índice S&P 500, que reúne as principais ações dos Estados Unidos, partiu de cerca de 2.300 pontos e, em dois anos, alcançou os 4.200 pontos – uma valorização de 82%.
Esses números mostram que, mesmo com flutuações cambiais, a exposição ao mercado norte-americano pode oferecer retornos significativos no longo prazo.
Dolarizar: comprar moeda ou investir em ativos?
Muitos se perguntam se é necessário adquirir a moeda física para investir em dólar. A resposta é não. Existem diversas formas de dolarizar os investimentos sem precisar comprar a moeda diretamente ou abrir conta no exterior.
Uma das opções é investir em fundos cambiais, que acompanham a variação do dólar. Outra possibilidade são os BDRs (Brazilian Depositary Receipts), que permitem investir em ações de empresas estrangeiras listadas na bolsa brasileira.
Também é possível aplicar em ETFs (fundos de índice) que replicam o desempenho de índices internacionais, como o próprio S&P 500. Esses produtos estão disponíveis na B3 e podem ser acessados por meio de corretoras nacionais, com simplicidade e segurança.
Riscos e pontos de atenção
Embora investir em dólar traga benefícios, é importante estar ciente dos riscos. A volatilidade cambial pode impactar os rendimentos no curto prazo, especialmente se o investidor não tiver um planejamento bem estruturado.
Outro ponto relevante é a exposição ao mercado estrangeiro, que exige atenção a fatores políticos, econômicos e regulatórios dos Estados Unidos e de outros países desenvolvidos.
Além disso, produtos como BDRs e ETFs internacionais, mesmo acessíveis no Brasil, estão sujeitos à variação de preços em dólares e à conversão para reais, o que pode influenciar no resultado final do investimento.
Conclusão: vale a pena investir em dólar?
A resposta depende dos objetivos de cada investidor. Para quem busca diversificação, proteção cambial e exposição a mercados mais maduros, investir em dólar pode ser uma estratégia valiosa.
Não é necessário ter grande capital ou abrir conta no exterior para começar. Com o suporte de uma corretora nacional e o acesso a produtos como fundos cambiais, BDRs e ETFs internacionais, é possível dolarizar parte do portfólio de forma prática e eficiente.
O importante é ter clareza sobre os objetivos, compreender os riscos e manter uma visão de longo prazo. Afinal, em um mundo cada vez mais globalizado, deixar o patrimônio limitado a uma única economia pode ser mais arriscado do que parece.