Profissão Trader: como atua quem lucra com a volatilidade do mercado

O trader é um profissional que atua no mercado financeiro realizando operações de curto prazo com o objetivo de obter lucro, independentemente da direção do mercado — seja ele de alta ou de baixa. Seu foco está na compra e venda rápida de ativos, como ações e contratos futuros, aproveitando-se das oscilações constantes dos preços.
Apesar de muitas vezes ser mal compreendido por quem tem pouco conhecimento sobre o funcionamento dos investimentos, o trader exerce um papel essencial para o ecossistema da Bolsa de Valores. É ele quem ajuda a formar os preços dos ativos no curto prazo e a garantir liquidez ao mercado, ou seja, facilitar que as negociações ocorram com agilidade.
Nos últimos anos, fatores como o aumento da volatilidade no Brasil, a evolução das ferramentas digitais e a criação de novos produtos financeiros contribuíram para o crescimento dessa profissão, tornando o trabalho do trader ainda mais relevante no cenário econômico atual.
Formação e perfil profissional
Para se tornar trader, não é exigida uma formação acadêmica específica. Pessoas com as mais diversas formações — de engenheiros a professores — podem ingressar na carreira. No entanto, é importante que o profissional tenha familiaridade com os conceitos de economia, finanças e saiba identificar os fatores que impactam os preços dos ativos negociados na Bolsa.
Por isso, é comum que muitos traders tenham formação em áreas como economia, administração, matemática, estatística ou engenharia. A capacidade analítica, o raciocínio rápido e o controle emocional também são habilidades essenciais para o sucesso nessa atividade.
O trader pode atuar vinculado a uma corretora ou instituição financeira, mas muitos optam por operar de forma independente, diretamente de casa, utilizando plataformas digitais de negociação.
Quanto ganha um trader?
Estabelecer uma média salarial para o trader é desafiador, pois os ganhos estão diretamente relacionados ao perfil de risco do profissional e ao volume que ele decide operar. Um trader mais conservador pode se contentar com uma rentabilidade mensal de 2%, enquanto alguém com perfil mais arrojado, que assume maiores riscos, pode alcançar retornos superiores a 10% ao mês.
É importante considerar também os custos envolvidos nas operações, como taxas de corretagem — cobradas pelas corretoras — e emolumentos pagos à B3, a bolsa de valores brasileira. Esses custos impactam diretamente o lucro líquido obtido com as negociações.
Como o trader lucra?
Desde 2008, com o avanço da tecnologia e o uso de algoritmos no mercado, a liquidez aumentou significativamente, permitindo que os traders movimentem volumes maiores de capital.
Uma das principais características do trader é sua capacidade de lucrar tanto com a valorização quanto com a desvalorização dos ativos. Isso é possível por meio de estratégias como a venda a descoberto, em que se aposta na queda do preço de um ativo para comprar mais barato depois.
Além do tradicional mercado de ações, muitos traders preferem operar contratos futuros — como os de dólar ou juros — por conta da possibilidade de alavancagem. Isso significa que é possível movimentar valores maiores do que o capital disponível na conta, o que amplia os ganhos (e também os riscos).
Cenário atual no Brasil
Embora a profissão esteja ganhando mais espaço e visibilidade no Brasil, ela ainda está em fase de desenvolvimento se comparada aos mercados mais maduros, como os dos Estados Unidos e Europa. Por aqui, a maioria das operações ainda se concentra em ações, contratos futuros, câmbio e taxas de juros.
Com a popularização do acesso à internet, a democratização das plataformas de investimento e o aumento da educação financeira entre os brasileiros, o número de traders tem crescido. Ainda assim, a profissão exige preparo, estudo contínuo e, acima de tudo, disciplina para lidar com as pressões do dia a dia e os riscos inerentes às operações de curto prazo.